sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Análise da pintura “The Orange Trees” de Gustave Caillebotte

Gustave Caillebotte - The Orange Trees, 1878 – óleo sobre tela – 155 x 117 cm - Museum of Fine Arts Houston, Houston, USA


Análise da pintura “The Orange Trees” de Gustave Caillebotte

Caillebotte pintou esta tela na propriedade rural de sua família em Yerres, capturando o tema moderno de atividades de lazer refinadas. A cena ensolarada, com o calor do verão quase palpável irradiando do caminho do jardim, muito provavelmente foi pintada ao ar livre, de acordo com o estilo Impressionista. As pinceladas curtas e esboçadas empregadas por Caillebotte incorporam seu desejo de capturar um momento fugaz, aquele instante antes que as mudanças de luz e o sentimento de delicioso repouso tranquilo pudessem ser interrompidos. No entanto, mesmo esses aspectos impressionistas não são inteiramente responsáveis pela natureza marcante dessa pintura. Inspirado pela fotografia, gravuras japonesas, e a estética das avenidas recém-construídos do Barão Haussmann e prédios de apartamentos uniformes da moderna Paris, Caillebotte explorou uma nova maneira de ver e transpor essa visão em um plano bidimensional.

A imagem descreve uma cena diurna. O irmão de Caillebotte, Martial, está lendo, sentado à sombra das laranjeiras, de costas para o espectador. A prima deles, Zoé, está de pé, encostada em um dos grandes vasos de jardim, que contêm as árvores. As poses de Martial e Zoé sugerem que eles estão apreciando a tarde tranquilamente, imersos em seus pensamentos. As cadeiras de jardim no primeiro plano aparecem em outras obras pintadas em Yerres. Ao fundo, a luz do sol ilumina um canteiro circular cercado por um caminho curvo de cascalho, onde um cão parece estar dormindo. Caillebotte emprega um nítido contraste entre o primeiro plano de sombra, na parte inferior da imagem e o fundo brilhante. As sombras são pintadas em verdes e roxos opacos, enquanto o gramado e as flores são pintados em verdes, vermelhos e brancos brilhantes. Este contraste contribui para uma sensação de calor da tarde.

Foto do laranjal da propriedade Caillebotte em Yerres nos dias atuais


Gustave Caillebotte (19 de Agosto de 1848 - 21 de Fevereiro de 1894) foi um pintor francês, membro e patrono dos artistas Impressionistas, embora ele pintasse de uma forma muito mais realista do que os outros artistas do grupo. Gustave Caillebotte nasceu em uma família parisiense de classe alta. Seu pai, Martial Caillebotte (1799-1874), foi o herdeiro da empresa têxtil militar da família e também era um juiz. Em 1860, o pai de Gustave comprou uma grande propriedade em Yerres, ao sul de Paris e a família Caillebotte começou a passar muitos de seus verões lá, uma cidade às margens do rio Yerres. Provavelmente foi nessa época que Caillebotte começou a desenhar e pintar.

Por volta de 1874, Caillebotte conheceu e fez amizade com vários artistas que trabalhavam fora da Academia Francesa oficial, incluindo Edgar Degas e Giuseppe de Nittis. Os Impressionistas se separaram dos pintores acadêmicos que exibiam nos Salons de Paris anuais. Caillebotte fez sua estreia na segunda exposição Impressionista em 1876. Ele ficou entusiasmado com a visão fresca e radical dos impressionistas. Durante os seis anos seguintes, participou regularmente nas suas exposições, apresentando pinturas de pessoas e lugares que ele encontrava em Paris e seus arredores. Caillebotte se estabeleceu como uma força artística do grupo, bem como um organizador vital, que ajudou a curar e financiar as suas exposições, com dinheiro da fortuna herdada de seus pais. Durante sua breve carreira, ele também se tornou um patrono e mecenas significativo, acumulando uma coleção de mais de setenta obras, incluindo obras-primas de Degas e Renoir, bem como de Paul Cézanne, Claude Monet, Berthe Morisot, Camille Pissarro e Alfred Sisley. Ele legou sua coleção para o estado, e esta tornou-se a pedra angular da arte impressionista em museus nacionais franceses.


Foto da propriedade Caillebotte em Yerres nos dias atuais


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