sábado, 2 de dezembro de 2017

Análise de “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat

Georges Seurat - A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte, 1884-86 – óleo sobre tela - 207.5 x 308.1 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, USA


Análise de “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat


Georges Seurat registrou paisagens e outros temas calmos, simplificando-os em formas geométricas e convertendo todas as cores e formas em pequenos pontos. Isso foi radical, para o desenvolvimento da arte moderna e abstrata.

Em sua maior e mais conhecida pintura, Georges Seurat retratou pessoas relaxando em um parque suburbano em uma ilha no rio Sena, em Paris, chamada La Grande Jatte. O artista trabalhou na pintura por muito tempo, começando no verão de 1884 com uma camada de pequenas pinceladas horizontais de cores complementares. Mais tarde ele acrescentou pequenos pontos, também em cores complementares, que aparecem como formas sólidas e luminosas quando vistas a distância.

O uso por Seurat desta técnica altamente sistemática e "científica", posteriormente chamada pontilhismo, distinguiu sua arte da abordagem mais intuitiva à pintura usada pelos impressionistas. Embora Seurat abraçasse o tema da vida moderna, preferido por artistas como Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir, ele foi além de sua preocupação em capturar as qualidades acidentais e instantâneas da luz na natureza.




A pintura mostra membros de várias classes sociais que participam em várias atividades do parque. Seurat levou dois anos para completar esta pintura, passando a maior parte desse tempo no parque, esboçando em preparação para o trabalho (há cerca de 60 estudos preparatórios da pintura).

Inspirado pelos efeitos ópticos e pela percepção inerentes às teorias da cor de Michel Eugène Chevreul, Ogden Rood e outros, Seurat adaptou esta pesquisa científica à sua pintura. Seurat contrastava pontos em miniatura ou pequenas pinceladas de cores que, quando unificadas opticamente no olho humano, eram percebidas como uma única sombra ou tonalidade. Ele acreditava que essa forma de pintura, chamada divisionismo na época, mas agora conhecida como pontilhismo, tornaria as cores mais brilhantes e poderosas do que pinceladas padrão. O uso de pontos de tamanho quase uniforme veio no segundo ano de seu trabalho na pintura, 1885-86.

Seurat fez as alterações finais em La Grande Jatte em 1889. Ele aumentou a tela, adicionando uma borda pintada de vermelho, laranja e pontos azuis que fornece uma transição visual entre o interior da pintura e sua moldura branca.

A pintura de Seurat espelha sua outra pintura, Bathers at Asnières, concluída pouco antes, em 1884. Os banhistas na pintura anterior estão banhados em luz, enquanto quase todas as figuras em La Grande Jatte parecem estar na sombra, sob árvores ou guarda-sóis, ou na sombra de outra pessoa.


Georges Seurat – Bathers at Asnières, 1884 – óleo sobre tela - 201 cm × 300 cm – National Gallery, London


Para os parisienses, domingo era o dia para escapar do calor da cidade e ficar na sombra das árvores aproveitando a brisa fresca que vinha do rio. Alguns dos personagens estão fazendo coisas curiosas. A senhora do lado direito tem um macaco em uma coleira. Uma senhora à esquerda perto da margem do rio está pescando. No centro da pintura está uma menina vestida de branco (que não está na sombra), que olha diretamente para o espectador da pintura. Isso pode ser interpretado como alguém que está silenciosamente questionando o público: "O que acontecerá com essas pessoas e sua classe?"

Georges-Pierre Seurat (2 de dezembro de 1859 - 29 de março de 1891) foi um pintor e desenhista francês, pós-impressionista. Ele é reconhecido principalmente como o pioneiro da técnica Neoimpressionista comumente conhecida como Divisionismo, ou Pontilhismo. Seu sucesso o levou rapidamente à frente da avant-garde parisiense. Seu triunfo foi de curta duração, uma vez que após apenas uma década de trabalho maduro ele faleceu com apenas 31 anos. Mas suas inovações seriam altamente influentes, moldando o trabalho de artistas tão diversos como Vincent Van Gogh e os Futuristas italianos.

Assista uma cena do filme “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris Bueller Day Off) de 1986, em que os personagens visitam o Art Institute of Chicago e um deles interage com a pintura “A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat:





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2 comentários:

  1. Análise esclarecedora, contextualizando a obra cuidadosamente e abordando sua técnica peculiar. A relação intersemiótica com o filme, que a ela dá nova vida, relendo-a criativamente, dinamiza ainda mais a análise. Muito interessante. Parabéns

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    1. Muito obrigada Silvia. Seu comentário é uma honra para mim.

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