Georges
Seurat - A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte, 1884-86 – óleo
sobre tela - 207.5 x 308.1 cm – Art Institute of Chicago, Chicago, USA
Análise de “A
Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte” de Georges Seurat
Georges Seurat registrou paisagens e outros temas calmos,
simplificando-os em formas geométricas e convertendo todas as cores e formas em
pequenos pontos. Isso foi radical, para o desenvolvimento da arte moderna e
abstrata.
Em sua maior e mais conhecida pintura, Georges Seurat
retratou pessoas relaxando em um parque suburbano em uma ilha no rio Sena, em
Paris, chamada La Grande Jatte. O artista trabalhou na pintura por muito tempo,
começando no verão de 1884 com uma camada de pequenas pinceladas horizontais de
cores complementares. Mais tarde ele acrescentou pequenos pontos, também em
cores complementares, que aparecem como formas sólidas e luminosas quando
vistas a distância.
O uso por Seurat desta técnica altamente sistemática e
"científica", posteriormente chamada pontilhismo, distinguiu sua arte
da abordagem mais intuitiva à pintura usada pelos impressionistas. Embora
Seurat abraçasse o tema da vida moderna, preferido por artistas como Claude
Monet e Pierre-Auguste Renoir, ele foi além de sua preocupação em capturar as
qualidades acidentais e instantâneas da luz na natureza.
A pintura mostra membros de várias classes sociais que
participam em várias atividades do parque. Seurat levou dois anos para
completar esta pintura, passando a maior parte desse tempo no parque, esboçando
em preparação para o trabalho (há cerca de 60 estudos preparatórios da pintura).
Inspirado pelos efeitos ópticos e pela percepção inerentes
às teorias da cor de Michel Eugène Chevreul, Ogden Rood e outros, Seurat
adaptou esta pesquisa científica à sua pintura. Seurat contrastava pontos em
miniatura ou pequenas pinceladas de cores que, quando unificadas opticamente no
olho humano, eram percebidas como uma única sombra ou tonalidade. Ele
acreditava que essa forma de pintura, chamada divisionismo na época, mas agora
conhecida como pontilhismo, tornaria as cores mais brilhantes e poderosas do que
pinceladas padrão. O uso de pontos de tamanho quase uniforme veio no segundo
ano de seu trabalho na pintura, 1885-86.
Seurat fez as alterações finais em La Grande Jatte em 1889.
Ele aumentou a tela, adicionando uma borda pintada de vermelho, laranja e pontos
azuis que fornece uma transição visual entre o interior da pintura e sua
moldura branca.
A pintura de Seurat espelha sua outra pintura, Bathers at
Asnières, concluída pouco antes, em 1884. Os banhistas na pintura anterior estão
banhados em luz, enquanto quase todas as figuras em La Grande Jatte parecem estar
na sombra, sob árvores ou guarda-sóis, ou na sombra de outra pessoa.
Georges
Seurat – Bathers at Asnières, 1884 – óleo sobre tela - 201 cm × 300 cm –
National Gallery, London
Para os parisienses, domingo era o dia para escapar do calor
da cidade e ficar na sombra das árvores aproveitando a brisa fresca que vinha
do rio. Alguns dos personagens estão fazendo coisas curiosas. A senhora do lado
direito tem um macaco em uma coleira. Uma senhora à esquerda perto da margem do
rio está pescando. No centro da pintura está uma menina vestida de branco (que
não está na sombra), que olha diretamente para o espectador da pintura. Isso
pode ser interpretado como alguém que está silenciosamente questionando o
público: "O que acontecerá com essas pessoas e sua classe?"
Georges-Pierre Seurat (2 de dezembro de 1859 - 29 de março
de 1891) foi um pintor e desenhista francês, pós-impressionista. Ele é reconhecido
principalmente como o pioneiro da técnica Neoimpressionista comumente conhecida
como Divisionismo, ou Pontilhismo. Seu sucesso o levou rapidamente à frente da
avant-garde parisiense. Seu triunfo foi de curta duração, uma vez que após
apenas uma década de trabalho maduro ele faleceu com apenas 31 anos. Mas suas
inovações seriam altamente influentes, moldando o trabalho de artistas tão
diversos como Vincent Van Gogh e os Futuristas italianos.
Assista uma cena do filme “Curtindo a Vida Adoidado” (Ferris
Bueller Day Off) de 1986, em que os personagens visitam o Art Institute of
Chicago e um deles interage com a pintura “A Sunday Afternoon on the Island of
La Grande Jatte” de Georges Seurat:
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Análise esclarecedora, contextualizando a obra cuidadosamente e abordando sua técnica peculiar. A relação intersemiótica com o filme, que a ela dá nova vida, relendo-a criativamente, dinamiza ainda mais a análise. Muito interessante. Parabéns
ResponderExcluirMuito obrigada Silvia. Seu comentário é uma honra para mim.
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