René Magritte – La Clairvoyance (A Clarividência), 1936 –
óleo sobre tela - 54.5 x 65.5 cm – coleção particular
Análise da pintura “La Clairvoyance” de René Magritte
Na pintura “A Clarividência” René Magritte está pintando um
autorretrato de si mesmo pintando um pássaro, usando um ovo como modelo.
Magritte está pintando mais do que está bem na frente dele: ele está pintando uma
possibilidade, o potencial, o futuro. Daí o nome desta pintura: Clarividência.
Magritte pintou-se, pintando sua percepção do futuro.
Retratando-se nessa pintura e a nomeando
"clarividência", Magritte entregou uma mensagem sobre si mesmo como pintor:
ele é clarividente, ele transmite o futuro através de sua arte. Por isso, essa
pintura é tanto sobre ele como um pintor, como sobre a obra de arte resultante.
Magritte está compartilhando sua filosofia, assim como muitos de seus
contemporâneos surrealistas fizeram (como Joan Miro e Salvador Dali). Magritte
foi ousado o suficiente para usar sua pintura para se engajar em um diálogo com
seus espectadores.
Foto de René Magritte pintando La Clairvoyance (A
Clarividência)
René François Ghislain Magritte (Lessines, 21 de Novembro de
1898 ― Bruxelas, 15 de Agosto de 1967) foi um dos principais artistas
surrealistas belgas. Em 1912 sua mãe, Régina, cometeu suicídio por afogamento
no rio Sambre. Magritte estava presente quando o corpo de sua mãe foi retirado
das águas do rio. Em 1916, ingressou na Académie Royale des Beaux-Arts, em
Bruxelas, onde estudou por dois anos. Foi durante esse período que ele conheceu
Georgette Berger, com quem se casou em 1922. René Magritte praticava o
surrealismo realista, ou “realismo mágico”. Começou imitando a vanguarda, mas
precisava realmente de uma linguagem mais poética e viu-se influenciado pela pintura
metafísica de Giorgio de Chirico.
Sua arte caracteriza o amor surrealista aos paradoxos
visuais: embora as coisas possam dar a impressão de serem normais, existem
anomalias por toda a parte, e o surrealismo atrai justamente porque explora
nossa compreensão oculta da esquisitice terrena. Pintor de imagens insólitas,
às quais deu tratamento rigorosamente realista, utilizou processos
ilusionistas, sempre à procura do contraste entre o tratamento realista dos
objetos e a atmosfera irreal dos conjuntos. Suas obras são metáforas que se
apresentam como representações realistas, através da justaposição de objetos
comuns, e símbolos recorrentes em sua obra, tais como o torso feminino, o
chapéu coco, o castelo, a rocha e a janela, entre outros, porém de um modo impossível
de ser encontrado na vida real.
Magritte fez pinturas de objetos comuns em contextos
incomuns, e assim criou sua própria forma de poesia para expressar seu
inconsciente, de uma forma filosófica e conceitual. O artista, ao contrário dos
outros surrealistas, era uma pessoa perturbadoramente comum, sempre vestindo um
sobretudo, terno e gravata. Para Magritte suas pinturas não tinham qualquer
significado, porque o mistério não tem significado. Ficamos apenas com o
mistério e a incerteza, o que torna o trabalho dele mais misterioso e mais
atraente.
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http://www.arteeblog.com/2016/06/a-historia-de-o-filho-do-homem-de-rene.html
http://www.arteeblog.com/2016/07/analise-de-prepared-bouquet-de-rene.html
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Muito bom!!!!
ResponderExcluirObrigada! :-)
ExcluirÓtimo!
ResponderExcluirPesquisei por esta tela porque ela foi citada num texto psicanalítico sobre a constituição do psiquismo humano. E fez todo sentido! O texto trata da prevenção e intervenção precoces em bebês, supondo sempre um sujeito por vir, ali representado pela ave. Ao olhar o ovo é preciso ver a ave! Maravilhoso!!!!! Obrigada REF.: "Psicopatologia e clínica no primeiro ano de vida"Sonia Motta ( livro: as Interfaces da clinica com bebês 2a edição)
ResponderExcluirVi essa imagem na internet, e encontrei esse artigo quando busquei mais informações sobre ela. Recentemente comprei uma reprodução da obra.
ResponderExcluirMuito obrigado por dividir esse conteúdo.
Obrigada pelo incentivo.
ExcluirAssim como aprendi a ver o sol por trás da mais sombria tempestade, está obra reproduz o que alguém focado é capaz de ver. Valeu!
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