Charles Hermans – Baile de Máscaras (At the Masquerade), 1880 –
óleo sobre tela - 321,3 x
401,3 cm – Chimei Museum, Tainan City, Taiwan
Análise de "At the Masquerade" de Charles Hermans e dos Bailes
de Máscaras
Charles Hermans (Bruxelas, 17 de de Agosto de 1839 - Menton,
França , 7 de Dezembro de 1924) convida o espectador a ser arrastado pelas grandes
ondas de frequentadores do baile: de figuras sombrias espiando dos balcões, foliões
tagarelas sobre os mezaninos, até aqueles em posição privilegiada ao longo da
pista de dança lotada. Os rostos bem estudados e distintamente pintados dos
cavalheiros em primeiro plano sugerem que eles eram homens que o artista conhecia.
Essa pintura foi exibida no Salão de Paris de 1880, mostrando
a visão de Charles Hermans sobre um Bal Masqué, em um local reconhecível, o
teatro de luxo de uma casa de ópera (a sua decoração em vermelho e dourado
sugerem a Ópera de Paris embora a decoração dourada também se assemelhe com a
da Ópera de Bruxelas 'Le Théâtre Royal de la Monnaie), durante um evento social:
os bailes de máscaras que animavam a temporada de inverno.
Charles Hermans – Baile de Máscaras (At the Masquerade) - detalhe
No
detalhe da pintura, as duas moças são as convidadas mascaradas. Mas como
podemos ver a da esquerda já foi reconhecida por seu amigo, enquanto a da
direita ainda está esperando alguém para reconhecê-la, embora, a parte
divertida da brincadeira fosse ficar anônimo, o quanto se conseguisse.
Charles Hermans – Baile de Máscaras (At the Masquerade) - detalhe
Os bailes de máscaras eram uma tradição popular no século 15.
Sendo uma parte das comemorações do carnaval em Veneza, sua popularidade
cresceu, uma vez que também se tornou parte de várias funções, festas e
casamentos reais. As máscaras eram uma brincadeira em que os convidados viriam
com uma máscara e os anfitriões tentariam reconhecê-los. Era uma espécie de jogo
de festa que é praticado até hoje. O artista representou um acontecimento
histórico glorioso que é a essência das "festas a fantasia" de hoje.
E no Carnaval de Veneza, as pessoas usam trajes exagerados e diversificados,
que é uma tradição descendente do baile de máscaras.
Os extravagantes bailes de máscaras que eram realizados em
Paris, Bruxelas e outras cidades europeias durante as seis semanas antes da quarta-feira
de cinzas estavam entre os mais falados espetáculos do final do século XIX. A
partir da meia-noite até às cinco horas da manhã, as desafiadoras mulheres
jovens do demi-monde (mulheres jovens cuja conduta ou falta de linhagem
familiar as configurava para além da elite social tradicional) podiam se
misturar com os homens de destaque aristocrático, financeiro e político que se
reuniram para os eventos.
Na casa de ópera, o espaço da plateia era liberado para
dança e a própria orquestra de ópera executava a música, tocando valsas ou
mazurcas e até mesmo o controverso can-can. As mulheres se fantasiavam como
estivadoras glamourizadas, pastoras, ou usavam qualquer outro traje que
revelava mais delas do que os trajes de rua permitiam. E elas dançavam com
abandono, com suas reputações protegidas por pequenas máscaras pretas de dominó
que davam a ilusão de anonimato. Os homens, mais frequentemente se vestiam com
roupas tradicionais de noite, podendo dançar, mas principalmente eles observavam
e esperavam para organizar um encontro pós-baile.
Outra pintura de Baile de Máscaras:
Édouard
Manet –Masked Ball at the Opera, 1873-74 – óleo sobre tela – 60 x 73 cm – The National
Gallery of Art, Washington, DC
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Ótimo post.
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