Edvard Munch
- Rue Lafayette - 1891 – óleo sobre tela - 92 x 73 cm – Nasjonalgalleriet (The
National Museum of Art, Architecture and Design), Oslo, Noruega
A história, a inspiração e o local da pintura “Rue Lafayette”
de Edvard Munch
Na Primavera de 1891, Munch ocupou quartos na Rue Lafayette,
49. Presumivelmente, é a visão de seus
próprios quartos que ele tomou como base para esta pintura. À esquerda
vislumbramos a Rue Drouot e a Rue Faubourg-Montmartre. A impressão da vida pulsante
movimentada na rua é compensado pela figura sombria na varanda. A pintura
mostra o forte interesse de Munch no Impressionismo durante este período. No
entanto, ele preferiu explorar outras direções nos anos que se seguiram.
Vista
do balcão do Hotel Jules na Rue de Lafayette
49 em Paris, nos dias atuais
Em 1889, quando Munch recebeu uma bolsa de estudo do Estado
norueguês, ele foi para Paris, onde se familiarizou com pintores contemporâneos
do período, a grande cidade a vida moderna, seu ritmo, pulso e movimento. Na segunda metade do século 19, Paris passou por grandes
mudanças em seu planejamento urbano. Edifícios e bairros antigos foram
derrubados para abrir caminho para largas avenidas. Isto rapidamente se tornou
parte da identidade visual da cidade e um assunto popular para muitos dos
artistas mais influentes da época, que estavam interessados em descrever a vida
na metrópole moderna.
A pintura impressionista influenciou o ponto de vista, a
perspectiva dramática e a forma difusa nessa pintura. A tinta é aplicada em traços
rítmicos, salpicados e traços oblíquos criando um efeito global vibrante e radiante. Aqui Munch combinou uma
pincelada pontual com um estilo conciso que aponta para além do tema que está
efetivamente registrado.
Dentro desta representação de um movimentado boulevard
francês, Munch joga bem com técnicas contrastantes para transmitir uma sensação
de movimento e de imediatismo. O homem e sua varanda em cima, justapõem bem contra a
corrente abstrata de vida que se desenrola abaixo do observador, causando um
sentimento de altura e admiração. Entretanto, o glamour romantizado abaixo, demonstra ser
pouco mais do que listras, especialmente na seção inferior esquerda. Tudo está detalhado
apenas o suficiente para evocar uma certa beleza passageira, desde os cavalos com
suas carruagens até os telhados mais abaixo da linha diagonal da varanda.
Uma provável inspiração para a pintura de Munch, foram as
pinturas com balcão de Gustave Caillebotte.
Gustave
Caillebotte - A Balcony, Boulevard Haussmann – óleo sobre tela
Gustave Caillebotte - Boulevard des Italiens – c. 1880 –
óleo sobre tela - 65 x 54 cm
Para mais informações e fotos sobre Gustave Caillebotte,
acesse o artigo “Gustave Caillebotte: The Painter's Eye (O Olhar do Pintor)”
nesse blog, clicando sobre o link:
Edvard Munch (Løten, 12 de Dezembro de 1863 — Ekely, 23 de
Janeiro de 1944) foi um pintor e gravurista norueguês, cujo tratamento
intensamente evocativo de temas psicológicos foram construídos sobre alguns dos
principais dogmas do Simbolismo do final do século 19, e exerceu grande influência
no expressionismo alemão do início do século 20. Uma de suas obras mais
conhecidas é "O Grito" de 1893.
Edvard Munch – O Grito – 1893 – têmpera e pastel sobre
madeira – 91 x 73,5 cm - National Gallery, Oslo, Noruega
Munch chegou em Paris durante as festividades da Exposition Universelle (1889). Sua pintura Manhã (1884), foi exibida no pavilhão da Noruega. Ele passava as manhãs no movimentado estúdio de Bonnat (que incluia modelos femininos ao vivo) e as tardes na exposição, galerias e museus (onde se esperava que os estudantes fizessem cópias, como uma forma de aprendizagem técnica e de observação). Munch sentiu pouco entusiasmo pelas aulas de desenho de Bonnat, mas apreciava os comentário do mestre durante passeios a museus. Munch ficou encantado com a grande exposição de arte moderna europeia, incluindo as obras de três artistas influentes: Paul Gauguin, Vincent van Gogh, e Henri de Toulouse-Lautrec, notáveis pela forma como usavam a cor para transmitir emoções. Munch foi particularmente inspirado pela "reação contra o realismo" de Gauguin e seu credo que "a arte é o trabalho humano e não uma imitação da natureza", uma crença que já tinha sido afirmada por Whistler. Como um de seus amigos de Berlim disse sobre Munch: "Ele não precisa ir para o Tahiti para ver e experimentar o primitivo na natureza humana, ele carrega seu próprio Tahiti dentro dele".
Hotel Jules na Rue de Lafayette 49 em Paris, nos dias atuais
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