"Temari Vermelho" - Kazuo Wakabayashi - técnica mista sobre tela
Temari (手まり?) é uma forma de arte
popular que se originou na China e foi introduzida no Japão em torno de 7 º
século DC. "Temari" significa "mão na bola" em japonês.
Esferas bordadas podem ser usadas nos jogos de handebol.
Historicamente, os temari eram construídas a partir dos restos
de quimonos antigos. Pedaços de tecido de seda seriam enrolados para formar uma
bola, e, em seguida, o maço seria envolvido com tiras de tecido. Com o tempo, o
temari tornou-se uma arte tradicional, com a costura funcional cada vez mais
decorativa e detalhada, até as bolas exibido intrincados bordados. Com a
introdução de borracha no Japão, as bolas passaram de brinquedos para objetos de arte, embora as mães ainda as bordem para seus filhos. Temari
tornou-se uma arte e ofício da classe alta e da aristocracia japonesa, e as
mulheres nobres competem na criação de objetos cada vez mais bonitos e
intrincados
"Temari Azul" - Kazuo Wakabayashi - técnica mista sobre tela
Temari são presentes altamente valorizados e apreciados,
simbolizando profunda amizade e lealdade. Além disso, as cores brilhantes e
os fios utilizados são simbólicos de desejar ao destinatário uma vida brilhante
e feliz. Tornar-se um artista de temari no Japão hoje exige treinamento
específico, e deve ser testado em habilidades e técnica antes de ser reconhecido
como um artesão de temari. Tradicionalmente, temari eram muitas vezes dados a
crianças por seus pais no dia de Ano Novo. Dentro das camadas embrulhadas de
cada bola, a mãe colocaria um pequeno pedaço de papel com um desejo bom para o seu filho. Para a criança nunca seria dito o desejo que sua mãe tinha
feito ao fazer a bola. Como alternativa, algumas bolas continham
"chocalhos", constituídos por grãos de arroz ou sinos. Temari também
são conhecidos como "gotenmari".
“A luz do Brasil e o calor do seu povo deram mais luz a
calor à minha pintura. No Japão, tudo é mais escuro, mais frio” - Wakabayashi
Chamando os quadros de
Kazuo Wakabayashi de “matéria espiritualizada”, Walter Zanini define-o como “um metafísico dos valores
espaciais”.
Kazuo Wakabayashi (Kobe, Japão 1931). Em 1944,
estuda na Escola Técnica de Hikone, em Shiga, Japão. Entre 1947 e 1950,
freqüenta a Escola de Belas Artes e a Academia Niki, em Tóquio, e as aulas de
desenho e pintura de Kanosuke Tamura. De volta a Kobe, prepara-se para
ingressar na Faculdade de Arquitetura da Universidade de Tóquio, porém abandona
a arquitetura em 1950, voltando-se para a pintura. No ano seguinte, integra o
grupo Babel, ao lado de Rokuichi, Kaibara, Ko Nishimura e outros. Em 1953,
torna-se membro do grupo Seiki e publica álbum de pinturas e poesias e, em
1954, participa do Delta, além de ilustrar os jornais Shinko Shimbum e All
Sports. Entre as décadas de 1940 e 1960, participa de salões japoneses recebendo
prêmios em 1947, 1950, 1954 e 1959. Em 1961, transfere-se para São Paulo e
torna-se membro do Grupo Seibi, apresentado por Manabu Mabe (1924 - 1997) e
Tomie Ohtake (1913). Dois anos depois, recebe medalha de ouro tanto no 12º
Salão Paulista de Arte Moderna como no 7º Salão do Grupo Seibi de Artistas
Plásticos. É agraciado com o primeiro prêmio no Salão de Abril do Museu de Arte
Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ, em 1966. Participa de diversas edições da
Bienal Internacional de São Paulo, entre 1963 e 1967, quando é premiado. Em
1992, publica-se o livro Wakabayashi, com apresentação do crítico Jayme
Mauricio, e, no ano seguinte, o Paço das Artes, em São Paulo, apresenta uma
retrospectiva de sua obra.
Quando Kazuo Wakabayashi chega ao Brasil, em 1961, já é um
pintor maduro. Ele desenvolve uma obra abstrata de orientação informal, cuja
principal característica é a pesquisa de técnicas, cores e materiais. Trabalha
com contornos rigorosos e cores intensas, às vezes, experimentando multiplicar
as formas enquanto caracteriza cada uma com alguma diferença em relação às
demais. Em diferentes obras,
cria ritmos com relevos e texturas em superfícies monocromáticas. Em outras, ainda, estabelece relações
entre formas e texturas diversas.
A partir do fim dos anos 1970, Wakabayashi se interessa mais
pelo aspecto da textura e do relevo na pintura, muitas vezes optando por
trabalhá-los de maneira quase uniforme em toda a superfície da tela, ou restringindo textura e relevo dentro de uma superfície circular.
Wakabayashi desenvolve, num período posterior, trabalhos que
remetem à tradição da gravura japonesa ukiyo-e, que trata principalmente de
temas da natureza e figuras humanas, como também utiliza estampas de tecidos
japoneses colados sobre as telas.
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