terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Análise de The Girl in a Picture Frame (A Garota na Moldura) de Rembrandt van Rijn

Rembrandt van Rijn - The Girl in a Picture Frame (The Jewish Bride), 1641 – óleo sobre madeira - 105.5 × 76 cm - Royal Castle, Warsaw, Poland


 Análise de The Girl in a Picture Frame (A Garota na Moldura) de Rembrandt van Rijn


Rembrandt tinha a capacidade de criar retratos realistas e sedutores. As pinturas “trompe l'oeil” (ilusão de óptica), onde o tema parece se projetar para fora do quadro, se tornaram populares no século 17. Nessa tela, a modelo olha para fora da pintura. Ela é muito doce, com olhos escuros, acolhedores e um rosto amigável. Ela está alcançando fora da imagem, descansando suas mãos sobre a moldura. Nós estamos olhando para um quadro e a menina olha de volta para nós. Mas mais do que isso, o que estamos olhando, é uma moldura dentro de uma moldura, e as duas são iguais.

A modelo é mostrada descansando suas mãos na barra inferior da moldura pintada que cerca a imagem inteira. Ela usa um vestido vermelho escuro forrado com peles, colares de ouro e um cinto largo e rico. Sua jovem face idealizada é profundamente sombreada por um chapéu preto macio, de onde seu longo e solto cabelo vermelho sai livremente. O fundo atrás dela é verde e indescritível, com uma coluna malformada no canto direito, preenchendo o espaço superior. Nessa pintura, Rembrandt alcançou o mais alto grau de ilusionismo, evitando os típicos truques de trompe l'oeil, permitindo que partes da cena pintada parecessem se projetar além do plano pictórico.


Essa pintura tem um par: “Scholar at his Writing Table”, que está exposta ao seu lado, no Royal Castle, Warsaw, Poland. As duas obras não são retratos típicos, mas são representações de pessoas desconhecidas referidas pelo termo holandês tronie.


Rembrandt van Rijn - Scholar at his Writing Table, 1641 – óleo sobre madeira – 105,7 x 76,4 cm - Royal Castle, Warsaw, Poland


 Em 1777 o último rei polonês, Stanisław August II, comprou o par de pinturas de Rembrandt para a coleção real de Varsóvia. Após a abdicação dele em 1815, as pinturas foram vendidas ao aristocrata polonês Kazimierz Rzewuski (1751-1820) e foram mudadas para a Áustria. Mais tarde foram herdadas por Karol Lanckoroński (1848-1933), um proprietário de terras polonês, político, funcionário público vienense e colecionador de arte famoso. A partir de 1902 as pinturas de Rembrandt, parte da coleção reconhecida de Karol Lanckoroński, encontraram grande sucesso, expostas ao público em seu palácio de Viena.

Após a Primeira Guerra Mundial, quando a Polônia recuperou sua independência após 123 anos de partições, o proprietário planejou transferir sua coleção para sua terra natal. Infelizmente, a Segunda Guerra Mundial começou e toda a coleção foi saqueada pelos nazistas e escondida perto de Salzburgo, com outros objetos de arte roubados da Europa. No entanto, uma parte da coleção sobreviveu e em 1947 foi recuperada por seus proprietários. A família voltou a fazer planos para remover a coleção da Áustria, mas ela foi temporariamente apreendida no castelo de Hohenems perto da fronteira de Lichtenstein, que em 1950 foi parcialmente destruído por um incêndio. Depois disso, as obras de arte mais valiosas - os Rembrandt entre elas - foram secretamente transferidas para a Suíça. As duas pinturas foram consideradas perdidas até 1994 (ano da doação da família Lanckoroński). Desde então as pinturas de Rembrandt estão expostas no Castelo Real de Varsóvia.





Rembrandt Harmenszoon van Rijn (Leida, 15 de julho de 1606 — Amsterdam, 4 de outubro de 1669) foi um pintor e gravador holandês. É considerado um dos maiores nomes da história da arte europeia e o mais importante da história holandesa. É considerado, por alguns, como o maior pintor de todos os tempos. Suas contribuições à arte surgiram em um período denominado pelos historiadores de "Século de Ouro dos Países Baixos", na qual a influência política, a ciência, o comércio e a cultura holandesa, particularmente a pintura, atingiram seu ápice. Os maiores triunfos criativos de Rembrandt são exemplificados especialmente nos retratos de seus contemporâneos, autorretratos e ilustrações de cenas da Bíblia. Seus autorretratos formam uma biografia singular e intimista em que o artista pesquisou a si mesmo sem vaidade e com a máxima sinceridade. A representação de cenas bíblicas era baseada no conhecimento de Rembrandt sobre o texto específico, na sua assimilação da composição clássica, e em suas observações da população de Amsterdam. Devido à sua empatia pela condição humana, ele foi chamado de "um dos grandes profetas da civilização".

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