sábado, 13 de dezembro de 2014

"White Calm" - Salvador Dali – análise da obra

"White Calm" - Salvador Dali – 1936 – óleo sobre tela

"White Calm" - Salvador Dali – análise da obra

Aos 32 anos, Dali utilizou sua habilidade técnica formidável nessa obra. Ele se inspirou em uma cena de cartão-postal para criar a composição, e a infundiu com um foto-realismo quase assustador, mas ao mesmo tempo calmo.
Salvador Dali era um surrealista, é claro. Mas fundamentalmente, e sempre, ele era um realista. Dali admirava o grande desenho. Ele respeitava os mestres: Ingres, Velasquez, Vermeer, Michelangelo, Da Vinci, Rafael, Zurburan, e outros. Todos eles pintavam de forma realista.
"White Calm” (Calma Branca) é estranhamente silenciosa. A figura à esquerda está equilibrada sobre uma rocha, talvez lembrando (por causa do forcado que segura) uma figura semelhante em "The Angelus" de Millet, uma pintura pela qual Dali foi obcecado por toda sua vida. A banhista em primeiro plano é acompanhada por outro nadador distante atrás dela, enquanto alguns barcos aparecem à direita, ao longo do terreno rochoso. Mas o que se sente mais aqui é a imensa sensação de quietude, de calma.
A ânfora quebrada (um vaso usado frequentemente para óleo ou vinho) que aparece em primeiro plano, alude aos muitos  destroços greco-romanos descobertos na planície costeira da Catalunha. O mesmo vaso quebrado é visto em vários trabalhos de Dali dos anos 30. Salvador Dali, muitas vezes pintava tanto o que foi visto como o que foi imaginado.
Ao contrário de outras cenas de mar e praia na obra de Dali, esta tela não inclui ondas ondulando, nem nuvens estilizados no céu - para não mencionar a ausência completa dos azuis típicos e outros tons coloridos que normalmente compõem o céu em paisagens e marinhas de Dali. Tudo é suplantado aqui por uma calma talvez inquietante, como a esperar que, a qualquer momento, algo possa acontecer e interromper a tranquilidade do momento.
 "White Calm" é uma pintura dos importantes anos 1930 de Dali, período surrealista, mas que se desvia daquilo que é mais frequentemente associado ao artista. Ela mostra sua afinidade com o mar e sua propensão para retratar imagens com realismo surpreendente.

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