terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Casa Geyer, novo museu a ser inaugurado no Rio de Janeiro


Casa Geyer, novo museu a ser inaugurado no Rio de Janeiro




A Coleção Geyer, doada ao Museu Imperial/Ibram pelo casal Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, em 1999, teve seu tombamento aprovado no dia 4 de Dezembro de 2014. A coleção reúne livros, álbuns, pinturas, gravuras, litografias, desenhos, mapas e demais objetos de arte reunidos durante 40 anos, totalizando 4.255 obras.







Por quase meio século, o empresário Paulo Geyer (1921-2004), controlador do grupo petroquímico Unipar, e sua mulher Maria Cecília (1922-2014) "perseguiram" obras de arte pelo mundo. Às vezes, tentaram comprar a mesma peça mais de uma vez ao longo de décadas nos EUA, na Europa, na América do Sul. Formaram um acervo artístico e bibliográfico de 4.255 peças, que guardaram em seu casarão do Século XVIII, no Cosme Velho, zona sul da capital fluminense, caminho do Corcovado.







Com o falecimento dos doadores, o Museu Imperial, que fica em Petrópolis (RJ), assumiu a coleção e a edificação que a abriga, em uma área de 12 mil m², tendo como objetivo principal torná-la espaço aberto ao público em 2016, como uma subunidade do Museu Imperial, cumprindo o desejo do casal e dando aos visitantes acesso a imagens do Rio real e imperial, seus logradouros, gente e natureza ali destacados. São 1.120 itens iconográficos (como pinturas) produzidos por artistas de várias nacionalidades (entre eles: Félix Emile Taunay, Nicolau Facchinetti, Victor Meirelles e vários outros, incluindo rara pintura de Johann Rugendas), 2.590 livros que enfatizam registros de viajantes e cronistas em terras brasileiras durante o século XIX. Dentre os itens de arte decorativa, o total de objetos chega a 466, e é formado por quase 200 pinhas de cristal e vidro (inclusive de Murano), 3 serviços completos porcelana da Companhia das Índias, móveis de madeira, miniaturas, trabalhos em marfim e a lanterna de prata que adornava a carruagem cerimonial de d. Pedro II, fazendo desse conjunto uma referência em nosso país. 







A Coleção Geyer representa um fenômeno singular na história do Colecionismo nacional, pois é o resultado de uma meticulosa atividade de identificação, localização e captura de objetos de arte conduzida pelo gosto privilegiado de apreciadores das Belas Artes.  Assim, a Coleção Geyer é, ao mesmo tempo, um registro visual de um longo período da história nacional e um importante capítulo da história cultural brasileira contemporânea.


Escritório no anexo decorado com quadros presos no teto


Escritório no anexo decorado com quadros presos no teto


A doação de natureza cultural rendeu ao casal Geyer o Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1999.
O imóvel foi comprado em 1968 do empresário Albert Lee, que vivia dificuldades financeiras. O casarão, antiga sede de uma fazenda de café, fica perto da casa onde morou o empresário Roberto Marinho e da Favela Cerro Corá. Ao lado, passa o Rio Carioca, um dos marcos dos primórdios da cidade. O imóvel, com um pequeno anexo nos fundos e um pavilhão onde se localizava o escritório de Paulo Geyer - decorado com quadros presos no teto, onde ficam obras de artistas como Nicolau Fachinnetti (1824-1900) - está em uma área de 12 mil metros quadrados. Em torno, há encostas de Mata Atlântica e, ao fundo, no alto, o Cristo Redentor. Às vezes, saem da floresta micos, macacos-prego e tucanos.


Nicolau Facchinetti - Vista tomada da varanda da casa nº 81 no Cosme Velho, 1885 - óleo sobre madeira - 18 x 45cm - Coleção Museu Imperial / Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, RJ



"Esta coleção é a melhor, a mais expressiva, brasiliana, ou seja, o melhor conjunto de iconografia do Brasil do século XIX", disse o diretor do Museu Imperial, o historiador e museólogo Maurício Vicente Ferreira Júnior. "Temos aqui peças fundamentais para o estudo do Rio e do Brasil do século XIX", disse Ferreira. O valor do material, afirmou, é inestimável.


Nicolau Facchinetti - Parte Ocidental da Lagoa Rodrigo de Freitas tomada da Quinta do Callau (ao fundo o Morro Dois Irmãos) - c. 1879 - óleo sobre madeira - 13,2x23cm


 J. Sebastien Auguste Youds - Entrada do Jardim Botânico e suas Palmeiras-Imperiais, s/d. - Museu Imperial, Petrópolis, RJ


Nicolau Facchinetti - Praia de Botafogo, 1868 - óleo sobre tela - 50 x 84cm - Coleção Museu Imperial / Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, RJ


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