Casa Geyer, novo museu a ser inaugurado no Rio de Janeiro
A Coleção Geyer, doada ao Museu Imperial/Ibram pelo casal
Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, em 1999, teve seu tombamento aprovado no
dia 4 de Dezembro de 2014. A coleção reúne livros, álbuns, pinturas, gravuras,
litografias, desenhos, mapas e demais objetos de arte reunidos durante 40 anos,
totalizando 4.255 obras.
Por quase meio século, o empresário Paulo Geyer (1921-2004),
controlador do grupo petroquímico Unipar, e sua mulher Maria Cecília
(1922-2014) "perseguiram" obras de arte pelo mundo. Às vezes,
tentaram comprar a mesma peça mais de uma vez ao longo de décadas nos EUA, na
Europa, na América do Sul. Formaram um acervo artístico e bibliográfico de
4.255 peças, que guardaram em seu casarão do Século XVIII, no Cosme Velho, zona
sul da capital fluminense, caminho do Corcovado.
Com o falecimento dos doadores, o Museu Imperial, que fica
em Petrópolis (RJ), assumiu a coleção e a edificação que a abriga, em uma área
de 12 mil m², tendo como objetivo principal torná-la espaço aberto ao público em
2016, como uma subunidade do Museu Imperial, cumprindo o desejo do casal e
dando aos visitantes acesso a imagens do Rio real e imperial, seus logradouros,
gente e natureza ali destacados. São 1.120 itens iconográficos (como pinturas)
produzidos por artistas de várias nacionalidades (entre eles: Félix Emile
Taunay, Nicolau
Facchinetti, Victor Meirelles e vários outros, incluindo rara pintura de Johann
Rugendas), 2.590 livros que enfatizam registros de viajantes e cronistas em
terras brasileiras durante o século XIX. Dentre os itens de arte decorativa, o
total de objetos chega a 466, e é formado por quase 200 pinhas de cristal e
vidro (inclusive de Murano), 3 serviços completos porcelana da Companhia das
Índias, móveis de madeira, miniaturas, trabalhos em marfim e a lanterna de
prata que adornava a carruagem cerimonial de d. Pedro II, fazendo desse
conjunto uma referência em nosso país.
Escritório no anexo decorado com quadros presos no teto
Escritório no anexo decorado com quadros presos no teto
A doação de natureza cultural rendeu ao casal Geyer o Prêmio
Rodrigo Melo Franco de Andrade, concedido pelo Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1999.
O imóvel foi comprado em 1968 do empresário Albert Lee, que
vivia dificuldades financeiras. O casarão, antiga sede de uma fazenda de café,
fica perto da casa onde morou o empresário Roberto Marinho e da Favela Cerro
Corá. Ao lado, passa o Rio Carioca, um dos marcos dos primórdios da cidade. O
imóvel, com um pequeno anexo nos fundos e um pavilhão onde se localizava o
escritório de Paulo Geyer - decorado com quadros presos no teto, onde ficam
obras de artistas como Nicolau Fachinnetti (1824-1900) - está em uma área de 12
mil metros quadrados. Em torno, há encostas de Mata Atlântica e, ao fundo, no
alto, o Cristo Redentor. Às vezes, saem da floresta micos, macacos-prego e
tucanos.
Nicolau Facchinetti - Vista tomada da varanda da casa nº 81
no Cosme Velho, 1885 - óleo sobre madeira - 18 x 45cm - Coleção Museu Imperial
/ Maria Cecília e Paulo Fontainha Geyer, RJ
"Esta coleção é a melhor, a mais expressiva,
brasiliana, ou seja, o melhor conjunto de iconografia do Brasil do século
XIX", disse o diretor do Museu Imperial, o historiador e museólogo
Maurício Vicente Ferreira Júnior. "Temos aqui peças fundamentais para o
estudo do Rio e do Brasil do século XIX", disse Ferreira. O valor do
material, afirmou, é inestimável.
Nicolau Facchinetti - Parte Ocidental da Lagoa Rodrigo de
Freitas tomada da Quinta do Callau (ao fundo o Morro Dois Irmãos) - c. 1879 - óleo
sobre madeira - 13,2x23cm
Nicolau Facchinetti - Praia de Botafogo, 1868 - óleo sobre
tela - 50 x 84cm - Coleção Museu Imperial / Maria Cecília e Paulo Fontainha
Geyer, RJ
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